• Estudo cita Ginasião como exemplo de ‘obra errada’
    O ginásio de esportes Belin Carolo, que hoje faz parte do campus da UTFPR, foi citado num trabalho apresentado na Universidade de Campinas, como exemplo de obra com graves erros de concepção estrutural. Detalhe: o trabalho foi apresentado pelo engenheiro Flávio de Oliveira Costa, responsável pelo projeto estrutural da obra. O trabalho foi apresentado há quatro anos, quando Costa fez seu doutorado. Hoje ele é professor na Unicamp. A descoberta desse trabalho foi feita pelo pesquisador Jair Elias dos Santos Jr. Costa frisa no estudo que, ao ser contratado, em 1975, as 286 estacas do Ginasião já estavam prontas e se ele não tivesse modificado o arranjo estrutural, haveria o risco de “conseqüências catastróficas”. Ironicamente, o Belin Carolo está interditado há 10 anos porque blocos de concreto podem cair no teto. Ih, sai de baixo!...  

    OS ERROS DO GINASIÃO
    “Além do erro grave de se projetar as estacas trabalhando à tração numa porcentagem muito alta em relação à resistência à compressão (75%), tinha mais quatro erros: dois no projeto estrutural e outros dois no projeto arquitetônico. São eles:

    1) A dispensa de uma forma simétrica para a cobertura do ginásio, projetando-se 12 pórticos planos de 67,25 m de vão, com momentos extremamente grandes e ainda por cima, muito sensíveis às rotações dos seus blocos nas fundações.

    2) O uso de laje nervurada (com tijolos cerâmicos) muito pesada e completamente inadequada para esta obra.

    3) A visível preocupação com a beleza deste ginásio fez com que o arquiteto o concebesse assimétrico, deixando a arquibancada de um lado e a tribuna do outro. A sua capacidade ficou reduzida a 2.000 pessoas, valor muito baixo para um ginásio coberto de custo extremamente alto.

    4) A pista para desfile entre a tribuna e a quadra do ginásio é um dos maiores erros arquitetônicos já constatados por mim. Ela foi usada como justificativa funcional para a colocação do público em um só lado. O uso dessa pista, ocorrendo poucas vezes por ano, não é funcional e, portanto, jamais deveria prejudicar a atividade principal que, no caso de um ginásio coberto e caro, deveria ser a sua máxima utilização pelo público.

    Resumindo, o prejuízo da FUNCIONALIDADE e da CONSTRUTIBILIDADE em favor da BELEZA é a maior falha desta obra”.

    Fonte: Professor Flávio de Oliveira Costa (Unicamp-SP)
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