Depois de ser reformada, a capela mortuária de Campo Mourão terá uma grande novidade: uma divisão entre ricos e pobres. Verdade. A nova capela terá três salões para velórios. Um deles será gratuito e os outros dois serão pagos. Em compensação, os salões pagos terão um série de conforto, com ar-condicionado e até um apartamento. Só faltava essa: pedágio na hora da morte...
Terceirização
A previsão é que a nova capela fique pronta até julho. Até lá, a prefeitura espera concluir uma licitação dos serviços funerários e passar a administração da capela mortuária para a funerária vencedora. Será essa funerária que terá que equipar os salões de velório e poderá cobrar pelo seu uso. Mas não será preciso pagar a taxa na fila do banheiro, igual na rodoviária, será?...
Divisões
O projeto da nova capela mortuária tem um salão para velórios maior e com uma anticâmara exclusiva. Será a sala para velórios dos ricos. As outras duas salas são menores e dividem a mesma anticâmara (uma espécie de sala para o público dar uma refrescada). Uma será para os pobres e outra para a classe média. Ah, o comunismo não funcionou nem entre os vivos...
Pagando
É claro que qualquer pessoa, por mais pobre que seja, poderá usar a sala de velório com anticâmara exclusiva e apartamento. Basta pagar para isso. Só esqueceram de um detalhe: morrem muito mais pobres do que ricos. Assim, é fácil imaginar que algum pobre vai acabar velado no salão dos ricos por falta de uma outra sala para velórios. Ih, pobre metido é fogo!...
Normal
O gerente da funerária Sesf, José Sobral da Silva, acha normal essa diferença entre os salões de velórios. Segundo ele, capela mortuária é igual hotel: quem tem mais dinheiro se hospeda num cinco estrelas. Quem tem menos, procura um mais barato. O problema é que a capela mortuária é pública e está num cemitério público. Ah, talvez o povo nem se toque disso...
Capitalismo
O agente funerário, no entanto, tem razão. A divisão entre ricos e pobres é a coisa mais normal do capitalismo. Basta ir no Cemitério São Judas Tadeu, que é público, para ver que os pobres estão de um lado e os ricos de outro. Os pobres estão em “montinhos de terra” e os ricos em luxuosos jazigos de mármore. Viu, são os pobres que estragam tudo...
Custos
A reforma e ampliação da capela mortuária vai custar R$ 160 mil. Desse total, o Rotary Club vai ajudar com R$ 40 mil. O restante sai do bolso da prefeitura (leia-se povo). Mas para conseguir bancar a conta, o município deverá exigir que a funerária pague alguma coisa para administrar a capela. É o mesmo sistema da rodoviária. Ih, melhor fazer figa para que não demore tanto...
Plantão
A partir de segunda-feira o hospital Pronto Socorro terá que ter um médico de plantão 24 horas por dia. Nada daquele negócio de “plantão à distância”, no qual os médicos ficam em casa e só vão ao hospital quando são chamados. A obrigação do plantão “in loco” foi uma exigência do Ministério Público. Mas não é por isso que o atendimento será feito de cara feia, né?...
Sobre aviso
Pelo acordo assinado no MP, os outros hospitais só precisarão manter médicos “sobre aviso”. Mas serão responsabilizados caso aconteça algum problema por falta de médicos. No ano passado, a promotora Rosana Araújo Pereira chegou a flagrar os hospitais de Campo Mourão sem médicos de plantão durante à noite. Para sorte dela, era só uma blitz e não uma necessidade médica...
Gravidade
A Secretaria de Saúde espera que o plantão no Pronto Socorro dê uma desafogada no Posto 24h. A expectativa é que o posto volte a atender apenas os casos de menor gravidade e não até paradas cardíacas. Portanto, caso grave vai pro Pronto Socorro e caso menos grave pro Posto 24h. Duro é a gente, que não é médico, saber o que grave e o que não é grave. Vai ser no chutômetro mesmo...
Sobras
A Coamo divulgou ontem o balanço financeiro de 2001. O resultado foi um novo recorde nas receitas globais: R$ 1,6 bilhão. Isso significa que a cooperativa arrecada em um ano o que a prefeitura demora 32 anos para conseguir. Só de sobras a Coamo teve R$ 96 milhões em 2001, o equivalente a dois orçamentos do município. Ô pobreza!...
Cursos
Lideranças dos oito municípios que formam o consórcio que mantém a extensão da UEM em Goioerê se reúnem hoje à noite. Eles vão discutir o veto do governador Jaime Lerner à criação de novos cursos na extensão. Hummmm, sem querer desanimar ninguém, mas esta noite de sexta-feira poderia ser melhor aproveitada num barzinho com música ao vivo...
Taxa de luz
Já entrou em vigor em Campo Mourão a lei que muda o sistema de cobrança da taxa de iluminação pública. A taxa será cobrada de acordo com o tamanho da casa e não mais conforme o consumo de energia elétrica. O próprio prefeito Tauillo Tezelli, porém, tem dúvidas se esse sistema é constitucional e não demonstra lá muita confiança, não. Ih, com essa fé toda o negócio vai longe...
Divisão
Em Barbosa Ferraz, a prefeitura preparou uma lei diferente e separou a iluminação pública duas ruas e da iluminação das praças e prédio públicos. A idéia da prefeita Elza Marques Gonçalves é pagar só a conta de luz dos prédios públicos e das praças. A Copel que se vire com as despesas geradas pelas luzes dos postes. Isso tá com uma cara que vai sobrar pro povo...
Exemplo
A idéia de Barbosa Ferraz já foi acatada como exemplo pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP). A entidade aconselhou as prefeituras de todo o Estado a fazer a mesma coisa. Pagar a conta de luz dos prédios públicos e deixar a conta dos postes a Deus dará. Ai-aiai-aiai! As ruas vão acabar ficando no escuro. Ah, é só voltar ao velhos tempos das tochas e lamparinas...