-
RODINHA UNIDA E PRESIDENTE ELEITO
A votação foi secreta, mas nunca foi tão fácil descobrir em quem cada um dos vereadores de Campo Mourão votou na eleição da mesa diretora da Câmara (foto menor). Primeiro, que as votações foram tão “fechadinhas” que deixavam claro quem estava de um lado (Eraldo Teodoro) e quem estava do outro (Edson Lima). Segundo que, na hora de votar para presidente, o “grupo dos seis” fez uma “reuniãozinha” bem no meio do plenário. Carlos Koch nem precisou se levantar, já que a conversa foi na frente dele. Os outros cinco eram Edson Lima, Sidnei Jardim, César Stanziola, Isidoro Moraes e Luiz Alfredo. Ah, vá ver eles só estavam falando sobre a final do Brasileirão. Ou jogando palitinho...
-
O vereador Edson Lima foi eleito, ontem à noite, como novo presidente da Câmara de Campo Mourão. Ele venceu o atual presidente, Eraldo Teodoro de Oliveira, por 6 votos a 4. O vereador César Stanziola, que até o início da tarde de ontem era o adversário de Eraldo, aceitou uma composição com Lima e foi eleito 1º vice-presidente. Edson Lima era eleitor de Eraldo, mas mudou de idéia ao ser convencido que poderia ser eleito presidente. Ele assumirá o cargo no dia 2 de janeiro. Apesar de ser do oposicionista PPS, Lima passou o ano na base de apoio ao prefeito Nelson Tureck. O maior problema do prefeito será na composição geral da mesa, uma vez que a oposição ficou com três das cinco cadeiras. E isso sem contar Stanziola, que a esta altura tá mais pra lá do que pra cá. Eta inferno astral que não passa, sô!...
CONFIRA A MESA DIRETORA ELEITA
Presidente: Edson Lima (PPS)
1º vice-presidente: César Stanziola (PSDB)
2º vice-presidente: Isidoro Moraes (PP)
1º secretário: Carlos Koch (PPS)
2º secretário: Sidnei Jardim (PPS)*
*Sidnei Jardim renunciou logo após o final da votação
-
A candidatura de Edson Lima começou a nascer na sexta-feira, durante reunião do PPS. Tauillo Tezelli e Getulinho Ferrari estavam presentes. Foi Sidnei Jardim, até então eleitor de Stanziola, que levantou a questão, uma vez que o grupo ainda não tinha conseguido viabilizar a vitória do vereador tucano. Nem Lima acreditava que pudesse vencer. Ah, na Câmara (foto), até cavalo já voou...
-
O primeiro desafio do grupo que não queria a reeleição de Eraldo foi convencer Stanziola a abrir mão do páreo. Depois tiveram que convencer Edson Lima a aceitar a disputa. Isto só ocorreu ontem à tarde. Para que Lima não mudasse de idéia, foi montada uma “operação de guerra”. A tática incluiu manter o vereador incomunicável, para que não sofresse pressões. Ih, foi quase um “sequestrinho relâmpago”...
-
-
Só para se ter uma idéia, desde às 15h30 de ontem, Edson Lima ficou andando de carro, pra cima e pra baixo, junto com vereadores do grupo. Tudo para evitar que ele fosse encontrado pela bancada contrária. E coitado de quem tentou falar com Lima pelo celular. Das 16h às 19h, quando começou a sessão, o aparelho tocou 28 vezes. E ele não atendeu nenhuma. Ne-nhu-ma! E o que deve ter de gente que xingou a operadora...
-
Stanziola (foto) aceitou desistir da presidência porque não conseguiu atrair nenhum voto da bancada governista. Ele chegou ao dia da eleição com cinco votos – o dele e quatro da oposição – Jardim, Koch, Isidoro e Luiz Alfredo. Como Eraldo era mais velho e “jogava pelo empate”, a única chance era “roubar” mais um voto. E Edson Lima só “foi” porque ganhou a candidatura. Literalmente, caiu do céu...
-
Para fazer a composição com os “adversários”, Stanziola renunciou a função de líder do governo. O ofício foi protocolado ontem na Câmara. O vereador tucano não esconde estar magoado com o prefeito Nelson Tureck e com os colegas de bancada pela falta de apoio, mas nega que fará oposição ferrenha. Diz que votará nos “bons projetos” da prefeitura, mas que deixará de ficar defendendo tudo. Hummmmm...
-
Tureck estava ontem em Curitiba. Nem por isso, se viu livre da eleição. Um dos telefonemas que recebeu foi de Isidoro Moraes. O vereador do PP disse ao prefeito que ele deveria conseguir mais um voto para Stanziola ou acabaria perdendo toda a mesa. Tureck respondeu que não se envolveria na disputa. Aí a “operação Edson Lima” foi para os “finalmentes”. E como diz o ditado, “os últimos serão os primeiros”...
-
Um dos 28 telefonemas que Edson Lima (foto) deixou de atender seria do presidente da Sanepar, Stênio Jacob. Lima é funcionário da empresa. A intenção de Jacob seria pedir ao vereador do PPS que desistisse da disputa. Falaram por aí até em “cargos”. No plenário, Lima também não saiu da cadeira. Nem nos intervalos. Tudo para evitar pressões. Ah, mas nem pra um “xixizinho” básico?...
-
César Stanziola foi outro que não quis saber de conversa. Não desgrudou um minuto do plenário para evitar “conversas de pé de orelha”. A certa altura, no entanto, o diretor geral da Saúde, Edílson Martins, levou um celular pra ele. A conversa foi rápida. Há quem diga que era Tureck. Edílson jura que se tratava do vice-prefeito Moacir Porciúncula. Ah, vá ver só estava oferecendo uma consulta de rotina...
-
Na hora da sessão, novas polêmicas. Pra começar, ninguém se candidatou ao cargo de segundo-secretário, o primeiro que tinha que ser votado. Houve um silêncio mortal. O presidente Eraldo Teodoro já estava encerrando a sessão quando Stanziola indicou Sidnei Jardim. Aí, houve quem achasse que a sessão já estava encerrada e surgiu o primeiro “auê” da noite. Ah, se toda sessão fosse assim, daria mais público...
-
-
Sidnei Jardim só saiu candidato para que a votação não fosse adiada para outro dia. Se isso acontecesse, a articulação em torno de Edson Lima que, àquela altura já tinha vazado, poderia ir por água abaixo. Tanto é logo após a votação do presidente, Jardim anunciou que estava renunciando ao cargo. Nem bem se elegeu e já renunciou. Ah, também, esses cargos sem salário, sem verba de representação, nem nada...
-
Sem adversários, Jardim foi eleito com oito votos (houve dois em branco). Mais moleza ainda teve Carlos Koch na primeira-secretaria: foi eleito por 10 votos a zero. Bate-chapa, só a partir da 2ª vice-presidência, com Isidoro Moraes vencendo Marla Tureck por 6 a 4. Para vice-presidente, Stanziola derrotou o colega Ademir Pezão, também por 6 a 4. Olha aí, não deram uma “mão” pro Pezão...
-
Na votação da presidência, nova polêmica. Eraldo não queria aceitar a candidatura de Edson Lima sob a alegação de que o PPS já tinha elegido dois membros da mesa e, pela proporcionalidade, não poderia eleger um terceiro. Luiz Alfredo contestou. Disse que, pelo Regimento, a proporcionalidade era “tanto quanto possível”. E a discussão foi longe. Viu que falta faz um “assessor de aritmética”?...
-
Como Eraldo se recusava a aceitar a candidatura de Lima e ameaçava encerrar a sessão por falta de um consenso na interpretação do Regimento, Luiz Alfredo também se inscreveu como candidato. Foi uma manobra para forçar o presidente a realizar a votação. Tanto é que nem Luiz Alfredo votou nele e Edson Lima venceu Eraldo por 6 a 4. O petebista ficou com zero voto. Ah, o importante é competir...
-
Eraldo e Luiz Alfredo não foram os únicos advogados a travar discussões na reunião de ontem. Na defesa da falta de proporcionalidade partidária, o presidente buscou a ajuda do procurador parlamentar, Roberto Ribeiro de Castro (foto). Mas não teve jeito, não. Lima foi candidato e papou a eleição. Sem abrir a boca. Ele não deu um pio durante a discussão toda. Ah, deixa os “pios” pra Frangobras...
-
Ao final da sessão, Eraldo Teodoro pediu para que fosse constado em ata que Jardim e Stanziola votaram em aberto, ou seja, mostraram o voto. Ele insinuou que isso seria ilegal. Tanto Jardim como Stanziola negaram a atitude, mas Eraldo insistiu que viu. Para Luiz Alfredo, o segredo do voto é um direito de quem vota, não obrigação. Lembrou até de Ulysses na eleição de 89. Viu, como a discussão foi longe?...
-
Sidnei Jardim disse após a sessão de ontem que a bancada governista perdeu a disputa pela presidência porque não ouviu um conselho que ele vinha dando há dias. “Nós da oposição podemos não eleger um candidato nosso, mas decidimos quem da situação será o presidente da Câmara”. Esse era o “alerta” dele. Aliás, agora que tá eleito presidente, Edson Lima vai pro PMDB ou agora é o PPS que não quer que ele vá?...
FAZ
37
DIAS QUE SAIU A LIMINAR IMPEDINDO AS OBRAS DA FRANGOBRAS
-
Casas - O presidente da Cohapar, Luiz Cláudio Romanelli, confirmou presença, domingo, no encerramento da festa pelos 25 anos do Conjunto Milton Luiz Pereira. Ele aproveita e libera dois conjuntos com 170 unidades do Casa da Família. Ih, vai acabar chovendo nesse dia...
Acicam - Dois secretários municipais são os convidados de hoje da reunião mensal da Acicam (18h30). Deonízio Letenski (Fiscalização) falará sobre carros de som e, Thaís Pasqualin (Ação Social), sobre o projeto Adolescente Aprendiz. Viu, pensa que é só a Câmara que sabatina, é?...
Impostos - O prefeito Cláudio Pol (Luiziana) sancionou lei que livra da execução judicial os contribuintes carentes e aqueles cujos débitos sejam inferiores aos valores de cobrança. Ou seja: quando a cobrança der prejuízo, não haverá execução. Olha aí o lado bom de ser pobre...
Adiantado - Acredite se quiser: o repasse mensal do governo do Estado para a Santa Casa, que normalmente chega atrasado, desta vez veio adiantado. Verdade. O dinheiro era esperado para o dia 10, mas chegou no dia 5. Ah, o governador ou o secretário é corintiano, só pode...
Amistoso - Ninguém ficou sabendo, mas o time profissional da Adap disputou esta semana um jogo-treino contra a Portuguesa Londrinense. Deu 1 a 1, com gol de Serginho. O técnico Lourival Santos utilizou uma equipe mista. Ah, foi pra não tirar o brilho da festa do Timão...
-
“Quero parabenizá-los pelo trabalho que fizeram. Não levo mágoa de ninguém, que este não é meu feitio”.
Eraldo Teodoro de Oliveira (PMDB), presidente da Câmara de Campo Mourão, após perder a reeleição para Edson Lima (PPS), por 6 votos a 4; ontem à noite.